A Doença de Parkinson traz desafios no movimento, na fala, na cognição e na rotina. Na DM Plus, o tratamento parte de uma avaliação neurológica cuidadosa e segue para um plano de reabilitação que pode incluir neuromodulação e terapias combinadas, sempre de forma coordenada entre as áreas. O objetivo é transformar orientações em passos práticos para o dia a dia, com metas claras e acompanhamento próximo.

O que é a Doença de Parkinson

A Doença de Parkinson é um distúrbio neurodegenerativo que afeta circuitos cerebrais ligados ao controle do movimento. Com o tempo, esses circuitos perdem eficiência, o que se traduz em lentidão, rigidez e alterações da marcha. 

Além dos sintomas motores, a condição pode afetar sono, humor, cognição e fala. Por ser crônica, pede um cuidado contínuo, com revisões periódicas e estratégias que evoluem junto com a pessoa.

Sintomas motores e não motores

Os sintomas motores mais conhecidos incluem tremor de repouso, rigidez, bradicinesia e alterações na marcha e no equilíbrio. Essas manifestações variam de intensidade e podem mudar ao longo do dia, especialmente em relação aos horários de medicação. 

Já os sintomas não motores podem envolver alterações do sono, constipação, ansiedade, depressão, fadiga e dificuldades de atenção e memória. Reconhecer esse conjunto, e não apenas o tremor, ajuda a direcionar melhor a reabilitação e as metas funcionais.

Evolução e diagnóstico

O diagnóstico é clínico, realizado por neurologista, com base na história, exame neurológico e resposta a terapias. Em alguns casos, exames complementares auxiliam a descartar outras condições. A evolução é variável entre indivíduos. Por isso, planos rígidos tendem a funcionar menos. 

O que faz diferença é um acompanhamento que observa como a pessoa anda, fala, dorme, se alimenta, interage e cumpre tarefas do cotidiano, ajustando o plano conforme a resposta.

Abordagem de Tratamento

Na DM Plus, a jornada começa com avaliação neurológica e passa por reabilitação personalizada. Quando indicado, a neuromodulação é associada ao treino funcional para aproveitar a janela de plasticidade cerebral. O plano é organizado em metas curtas e revisões frequentes. A cada etapa, paciente e família entendem o porquê de cada intervenção e como medir avanço.

Neuromodulação com TMS

A Estimulação Magnética Transcraniana (TMS) é uma técnica não invasiva que usa campos magnéticos para modular redes cerebrais relacionadas ao movimento, à fala e à cognição. Na prática, o procedimento é realizado em consultório, com o paciente acordado e confortável. Quando apropriado, logo após a aplicação o paciente segue para exercícios direcionados de reabilitação, aproveitando o período de maior responsividade do sistema nervoso. 

Esse encadeamento ajuda a reforçar padrões motores e cognitivos desejados, como cadência de passos, iniciação do movimento, projeção da voz e tarefas de dupla tarefa. A indicação e o protocolo são definidos pelo neurologista em conjunto com a equipe de reabilitação, considerando fase clínica, objetivos e segurança.

Fisioterapia especializada

A fisioterapia para Parkinson trabalha mobilidade, transferências, marcha e equilíbrio com exercícios que simulam situações reais. Treinos como viradas na cama, levantar e sentar, mudanças de direção e estratégias para “descongelar” a marcha são incorporados ao plano. 

Recursos de análise de marcha e tarefas com pista visual e auditiva ajudam a corrigir padrões e a ganhar confiança. O plano inclui progressão de carga, metas semanais e orientações para domicílio, sempre alinhadas ao momento clínico e ao uso de medicações.

Fonoaudiologia e reabilitação da fala

A fonoaudiologia atua na comunicação e na deglutição. Em comunicação, o foco recai sobre projeção vocal, articulação, ritmo da fala e estratégias para manter conversas longas sem queda de volume. 

Na deglutição, a avaliação identifica riscos e propõe exercícios e adaptações simples que melhoram segurança e conforto. Quando a neuromodulação é indicada para apoio à fala, o treino fonoaudiológico sequencial potencializa o resultado.

Nutrição e suporte cognitivo

A nutrição tem papel importante na rotina medicamentosa, no nível de energia para treinos e no bem-estar geral. Ajustes práticos no dia a dia podem melhorar adesão e desempenho. 

Já o suporte cognitivo aborda atenção, planejamento, memória de trabalho e tarefas de dupla tarefa, que impactam diretamente a forma de caminhar, conversar e executar atividades. Integrar metas cognitivas ao treino motor costuma trazer ganhos mais estáveis na rotina.

Terapias combinadas

Combinar intervenções de forma coordenada é um diferencial do cuidado. Em dias selecionados, a pessoa pode realizar neuromodulação e seguir para sessões de fisioterapia ou fonoaudiologia, direcionando o treino para a meta do momento, como cadência da marcha, amplitude do passo, projeção vocal ou execução de atividades com dupla tarefa. A equipe monitora sinais de progresso e ajusta a ordem, a intensidade e a frequência conforme a resposta.

Equipe Multidisciplinar

A força do tratamento está na integração. Neurologistas e profissionais de reabilitação trabalham em conjunto, com comunicação direta e revisões periódicas. O plano é documentado e as metas são revisitadas a cada ciclo, para manter o foco no que gera resultado e retirar o que não está ajudando.

Neurologistas e fisioterapeutas

O neurologista conduz o diagnóstico, define indicações e faz os ajustes finos de acordo com a evolução. Os fisioterapeutas estruturam o treino com base em metas objetivas, como tempo para levantar da cadeira, distância percorrida com segurança, velocidade de marcha, redução de episódios de congelamento e melhora do equilíbrio em situações reais. Essa parceria permite que decisões sejam tomadas com agilidade, encurtando o caminho entre a consulta e a prática.

Neuropsicólogos e nutricionistas

O neuropsicólogo atua quando há demandas em atenção, memória, funções executivas e organização da rotina, com exercícios que se conectam às metas motoras e de comunicação. A nutrição, por sua vez, alinha alimentação, horários e preferências às exigências do plano de reabilitação, respeitando a fase clínica e o conforto do paciente. O ajuste fino do cotidiano facilita a adesão e ajuda a manter consistência.

Fonoaudiólogos

A fonoaudiologia está presente para trabalhar voz, articulação e deglutição, integrando o treino ao que a pessoa precisa fazer todos os dias: conversar em ambientes ruidosos, realizar chamadas de vídeo, ler em voz alta, participar de reuniões de família e se alimentar com segurança. Em alguns casos, ferramentas tecnológicas apoiam o treino e o monitoramento do progresso.