A Estimulação Cerebral Profunda, conhecida como DBS, é um tratamento cirúrgico que utiliza eletrodos implantados em regiões específicas do cérebro para modular circuitos do movimento. Em pessoas com Doença de Parkinson selecionadas clinicamente, a DBS pode ajudar a controlar sintomas motores que seguem limitando a rotina apesar de tratamento otimizado com medicações e reabilitação. 

Nesta página, você encontra uma explicação clara sobre o que é a DBS, quando ela costuma ser considerada, como se relaciona com outras terapias e qual é o papel da DM Plus nesse percurso de decisão e cuidado.

O que é a DBS

A DBS faz parte do conjunto de terapias avançadas para Parkinson. Diferentemente de métodos não invasivos, a DBS envolve procedimento cirúrgico em centros especializados, com planejamento detalhado, equipe experiente e acompanhamento contínuo após a implantação.

Definição e funcionamento

Na DBS, eletrodos finos são implantados em alvos profundos do cérebro ligados ao controle do movimento. Esses eletrodos se conectam a um gerador programável, que envia pulsos elétricos ajustáveis. A ideia é “recalibrar” a atividade dos circuitos envolvidos, reduzindo padrões que dificultam iniciar movimentos, manter ritmo e controlar tremor e rigidez. As programações são personalizadas ao longo do tempo para equilibrar benefícios e efeitos indesejados.

Mecanismo de ação no cérebro

O Parkinson altera a forma como redes cortico-subcorticais coordenam a atividade motora. A DBS aplica estimulação contínua em núcleos específicos para modificar a comunicação nesses circuitos. O efeito clínico esperado é diminuir oscilações motoras, episódios de travamento, tremor resistente e rigidez importante. A resposta é individual e depende de seleção criteriosa, definição adequada do alvo cirúrgico e de programações finas no pós-operatório.

Indicados e contraindicações

De modo geral, a DBS é considerada para pessoas com Parkinson com diagnóstico bem estabelecido que, apesar de medicações otimizadas e reabilitação, mantêm limitações motoras relevantes, flutuações e discinesias que atrapalham a rotina. 

Por outro lado, certas condições clínicas, cognitivas e comportamentais podem contraindicar ou postergar o procedimento. A decisão envolve avaliação neurológica detalhada, testes complementares, diálogo franco sobre expectativas realistas e discussão conjunta com equipe cirúrgica especializada.

Benefícios da DBS para Parkinson

A DBS não cura o Parkinson, mas pode reduzir o “peso” de sintomas motores e melhorar a capacidade de realizar atividades do dia a dia quando há boa indicação.

Redução dos tremores

A DBS tem potencial para controlar o tremor que se mantém resistente a medicações. Em respostas favoráveis, tarefas como segurar utensílios, digitar e escrever tendem a ficar mais previsíveis. O ajuste de parâmetros ao longo dos retornos ajuda a sustentar esse benefício.

Controle de rigidez e espasticidade

Na prática clínica, a DBS pode reduzir rigidez e melhorar a fluidez do movimento. Isso favorece virar na cama, levantar e sentar, iniciar a marcha e realizar sequências motoras com menos esforço. A reabilitação continua importante após a cirurgia para transformar esse ganho em rotina funcional.

Melhora na qualidade de vida

Quando bem indicada, a DBS pode diminuir flutuações motoras e ampliar períodos do dia com melhor desempenho. Isso repercute no planejamento de tarefas, na autonomia e na participação social. A percepção de benefício depende de metas realistas e da integração com treino e ajustes de medicação.

DBS na DM Plus

Ajuste de Escopo: a cirurgia de DBS é realizada em centros especializados. A DM Plus atua na avaliação pré-terapêutica, orientação e encaminhamento, além da integração com reabilitação e do seguimento funcional em conjunto com a equipe cirúrgica responsável.

Avaliação especializada e planejamento compartilhado

O primeiro passo é verificar se existe boa indicação clínica para discutir DBS. Na DM Plus, o neurologista confirma o diagnóstico, revisa a história terapêutica, mapeia sintomas prioritários, avalia cognição e organização da rotina e conversa sobre expectativas e limites do método. Havendo critérios para prosseguir, a pessoa é orientada e encaminhada a centros cirúrgicos de referência para as etapas específicas do procedimento e da programação do dispositivo.

Coordenação com equipes de neurocirurgia

Ao longo do processo, a DM Plus mantém comunicação clínica com as equipes cirúrgicas responsáveis. Isso ajuda a alinhar metas, documentar parâmetros úteis para a vida diária e discutir ajustes quando necessário. A programação do gerador e as decisões técnicas da cirurgia ficam a cargo do serviço especializado.

Reabilitação e acompanhamento funcional pós-operatório

Depois da cirurgia e das primeiras programações, a reabilitação direcionada ajuda a consolidar o ganho funcional. A equipe trabalha marcha, equilíbrio, transferência, voz e tarefas de dupla tarefa, definindo marcadores simples de progresso. A DM Plus acompanha a evolução e sinaliza, quando preciso, pontos para reavaliação técnica junto ao time cirúrgico.

Evidências e resultados

A DBS é uma terapia com décadas de experiência clínica e um corpo robusto de estudos. Os resultados mostram benefício em sintomas motores selecionados, especialmente quando há boa seleção de candidatos e programação cuidadosa no pós-operatório. 

A necessidade de medicações pode ser reavaliada, mas a decisão é individual e feita pela equipe neurológica em conjunto com o serviço cirúrgico.

Estudos clínicos de DBS em Parkinson

As publicações descrevem melhora de tremor, rigidez, bradicinesia e flutuações motoras, com impacto positivo na funcionalidade de atividades diárias em perfis bem selecionados. A durabilidade do efeito depende de acompanhamento regular, possibilidade de reprogramação e manutenção de reabilitação voltada a metas reais de rotina.

Comparações com TMS e outros tratamentos

A DBS é um tratamento cirúrgico com estimulação contínua e ajustável.
A TMS é não invasiva, feita em consultório, e pode ser integrada à reabilitação como suporte em planos específicos.

Medicações seguem como pilar do cuidado. A escolha entre caminhos considera fase da doença, sintomas prioritários, riscos, preferências pessoais e suporte familiar. Na DM Plus, a orientação é individual e inclui encaminhamento quando há indicação para procedimentos fora do escopo ambulatorial.