Sistema de entrega de levodopa inovador promete dosagem contínua

Um novo avanço no tratamento de doenças neurológicas, como o Parkinson, está surgindo com um sistema inovador de administração de levodopa. Esse sistema, instalado em um retentor usado na boca, oferece os benefícios da dosagem contínua de medicamentos, sem a necessidade de cirurgia invasiva ou bombas externas. Com base em uma experiência clínica inicial apresentada na reunião anual da Academia Americana de Neurologia, nos Estados Unidos, o dispositivo mostrou melhorias significativas no comportamento clínico dos pacientes, incluindo redução no tempo “OFF” e aumento no tempo “ON” sem discinesias.

Leia o post para conhecer a nova estratégia e suas vantagens promissoras!

entrega de levodopa

O desenvolvimento do dispositivo DopaFuse

Em busca da administração contínua de levodopa, diferentes estratégias têm sido exploradas. Uma delas é um dispositivo implantado cirurgicamente que administra levodopa no estômago por meio de um cateter. No entanto, essa abordagem está associada a efeitos colaterais e ao uso de um dispositivo pesado. Outros dispositivos subcutâneos estão em desenvolvimento, mas também apresentam limitações. É nesse contexto que surge o DopaFuse, um dispositivo experimental projetado para fornecer levodopa e carbidopa na boca por meio de uma microbomba dentro de um retentor vestível.

Benefícios do DopaFuse

O Dr. C. Warren Olanow, renomado neurologista, relata que estudos experimentais anteriores já demonstraram os benefícios da administração oral de pequenas doses de levodopa no sistema gastrointestinal. Agora, esse estudo clínico inicial confirma essa premissa, mostrando melhorias nos desfechos clínicos ao administrar levodopa na boca por meio do dispositivo DopaFuse. Além de proporcionar a dosagem contínua, esse sistema evita os efeitos colaterais graves associados a outras abordagens, como reações no local da injeção e o uso de bombas externas.

No estudo, participaram 16 pacientes com idade entre 30 e 75 anos com doença de Parkinson.

Os resultados obtidos no estudo clínico são extremamente encorajadores, demonstrando uma melhora significativa na farmacocinética da levodopa e nas flutuações da concentração do medicamento. Comparando o terceiro dia com o primeiro dia, observou-se uma redução no índice de flutuação e no coeficiente de variabilidade da levodopa (P < 0,0001). Essa redução se correlacionou com uma diminuição no tempo OFF e aumento no tempo ON, bem como no tempo ON sem discinesias.

Em relação ao tempo OFF de 3,2 horas no primeiro dia, houve uma redução de 50% para 1,6 horas no terceiro dia (P < 0,0001). O tempo ON melhorou de 12,8 horas para 14,5 horas (P < 0,001). Houve também uma melhora numérica no tempo ON sem discinesias, que aumentou de 8,8 horas para 9,6 horas.

Os pacientes relataram melhorias nas atividades diárias enquanto utilizavam o DopaFuse. No que diz respeito aos eventos adversos, não foram registrados eventos graves. Alguns pacientes apresentaram vômitos e dores de cabeça, mas esses sintomas foram leves e se resolveram em um dia. Lesões bucais foram relatadas por três pacientes, mas também se resolveram em um dia.

Perspectivas promissoras

Em geral, o dispositivo DopaFuse foi bem tolerado pelos participantes do estudo, fornecendo evidências promissoras para os próximos estágios dos estudos clínicos. O Dr. Olanow ressaltou que, se os resultados se confirmarem, esse sistema inovador permitirá a administração de levodopa de forma mais simples e segura, sem a necessidade de procedimentos cirúrgicos invasivos ou o risco de lesões subcutâneas.

Com base nessas descobertas, espera-se que mais estudos sejam realizados para confirmar a eficácia e a segurança do dispositivo DopaFuse, abrindo caminho para uma opção terapêutica inovadora e de alta qualidade para os pacientes que lutam contra essas condições neurológicas.

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