Sensores inteligentes conseguem rastrear melhor o Parkinson do que observação humana, diz estudo
Uma pesquisadora da Universidade de Oxford e sua equipe demonstraram que dispositivos vestíveis digitais conseguem rastrear a progressão da doença de Parkinson (DP) em um indivíduo de forma mais eficaz do que a observação clínica humana.
Para o estudo, foram utilizados seis dispositivos com sensores por pessoa – um no peito, na base da coluna e um em cada pulso e pé –, que monitoraram 122 métricas fisiológicas captadas pelos dispositivos. Os investigadores observaram que foi possível identificar mudanças sutis nos movimentos de pacientes com a condição, como a direção em que um dedo do pé se movia durante um passo e a extensão e regularidade das passadas.
Chrystalina Antoniades, neurocientista da Universidade de Oxford e principal pesquisadora do artigo intitulado Identificação da Progressão Motora na Doença de Parkinson utilizando Sensores Vestíveis e Aprendizado de Máquina, publicado em outubro de 2023 na revista Parkinson’s Disease, revelou a descoberta do biomarcador. Agora, está em andamento a avaliação da eficácia de remédios e tratamentos específicos para o Parkinson, distúrbio que afeta cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo.
Os testes de medicamentos para a doença de Parkinson dependiam de avaliações clínicas para determinar se um tratamento estava retardando a progressão do distúrbio. Mas a observação clínica pode deixar passar mudanças que acontecem no dia a dia ou que podem não aparecer claramente nas visitas periódicas ao médico.
No artigo, os autores concluíram que os sensores se mostraram mais eficazes no rastreamento da progressão da doença “do que as escalas de avaliação clínica usadas convencionalmente”.
Como funciona o sistema?
Para captar os vários movimentos do paciente, os sensores contam com tecnologias como acelerômetros e giroscópios, que têm se tornado cada vez mais comuns em relógios digitais e smartphones. Juntos, esses dispositivos podem medir a direção, marcha e regularidade do movimento de uma pessoa.
Antoniades destaca que essa descoberta não representa uma cura para o Parkinson, mas, sim, uma ferramenta que pode acelerar o desenvolvimento de tratamentos para a doença. A equipe de pesquisa acrescentou também que o uso desses sensores poderá ajudar no rastreamento de outras doenças e que, naturalmente, o médico neurologista continua sendo parte essencial para todo esse processo.
Como a doença de Parkinson é diagnosticada?
Fazer um diagnóstico preciso do Parkinson não é uma tarefa fácil. O médico neurologista deve avaliar cuidadosamente os sintomas, a história familiar e outros fatores para chegar a uma conclusão.
O diagnóstico padrão do Parkinson atualmente é clínico. Isso significa que não há nenhum teste, como um exame de sangue, que possa dar um resultado conclusivo. Em vez disso, certos sintomas físicos precisam estar presentes para qualificar a condição de uma pessoa como doença de Parkinson, tremor, rigidez muscular, lentidão no movimento e constipação frequente.
Exames de imagem, como uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética, podem ser usados para descartar outras condições. Na cintilografia de perfusão cerebral, também chamada SPECT, é feito com o objetivo de avaliar se há alguma alteração cerebral quanto à circulação dentro do órgão, dependendo da forma como o medicamento se posiciona.
Embora não haja cura, as opções de tratamento variam e incluem medicamentos, ajustes no estilo de vida e cirurgia. Embora o Parkinson em si não seja fatal, as complicações da doença podem ser graves.
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