Confira os 5 principais destaques dos distúrbios do movimento da reunião da Academia Americana de Neurologia (AAN)
A neurologia é uma área médica em constante evolução, e os congressos científicos desempenham um papel crucial na disseminação das mais recentes descobertas e avanços clínicos. A reunião anual da Academia Americana de Neurologia (AAN), realizada em 2023, em Boston, nos Estados Unidos, é um desses eventos importantes, que reuniu especialistas renomados para compartilhar seus conhecimentos e pesquisas sobre uma ampla gama de condições neurológicas.
Neste artigo, vamos mostrar os cinco principais destaques dos distúrbios do movimento apresentados na reunião da AAN deste ano.
1. Estudo PD GENERATION – Testes genéticos na DP
Recentemente, o estudo PD GENERATION, conduzido pela Parkinson’s Foundation, apresentou descobertas preliminares sobre a genética dessa condição em uma sessão científica de destaque. Essas descobertas promissoras podem abrir caminhos para novos tratamentos personalizados.
O estudo PD GENERATION está em andamento com o objetivo de recrutar 15.000 participantes, e recentemente alcançou a marca de 50% de sua meta. Liderado pelo diretor científico da Parkinson’s Foundation, James Beck, o estudo busca analisar as variantes genéticas associadas à doença de Parkinson. Os resultados iniciais revelaram que 14% dos participantes apresentaram uma forma genética da doença, um número superior à estimativa anterior de cerca de 10%.
Essas descobertas abrem portas para pesquisas mais direcionadas e ensaios clínicos voltados para genes específicos, como a mutação LRRK2 ou GBA. Ao compreender melhor essas conexões genéticas, teremos a oportunidade de desenvolver tratamentos mais eficazes e personalizados.
Outro aspecto importante do estudo é o esforço para incluir grupos raciais e étnicos manos estudados. Até o momento, 11% dos participantes se identificaram como espanhóis. Surpreendentemente, nesse grupo, 16% mostraram uma ligação genética com a doença de Parkinson, a taxa mais alta entre qualquer grupo étnico. Essa diversidade na pesquisa é crucial para uma compreensão abrangente da doença e o desenvolvimento de tratamentos mais inclusivos.
2. Detectando sinucleinopatias com biópsia de pele
No estudo Synuclein-One: Detecção de Biópsia de Pele de Alfa Sinucleína Fosforilada para Diagnóstico de Sinucleinopatias, apresentado pelo Dr. Christopher Gibbons, uma abordagem inovadora para o diagnóstico foi revelada. Em vez de depender de biomarcadores no líquido cefalorraquidiano, o estudo introduziu uma biópsia de pele padronizada em três locais diferentes. Essas biópsias foram analisadas quanto à presença de fibras nervosas intraepidérmicas e deposição de alfa-sinucleína fosforilada. Com uma sensibilidade de 95% e especificidade de 96%, esse teste mostrou-se altamente eficaz na detecção de sinucleinopatias, inclusive Parkinson.
3. Infusão Subcutânea Contínua de Levodopa/Carbidopa para DP
O estudo mostrou um aumento significativo no tempo em que os pacientes permanecem “ligados” sem discinesias problemáticas (movimentos involuntários e descontrolados), além de uma redução no tempo em que ficam “desligados”. Embora esses efeitos colaterais, como reações no local da infusão, tenham sido comuns no primeiro ano, eles se estabilizaram nos anos seguintes, não levando à interrupção da terapia.
Este tratamento ainda não foi aprovado pela FDA, mas é um dos desenvolvimentos promissores para ajudar pessoas com flutuações motoras e discinesias, além de pacientes que não são candidatos ao tratamento cirúrgico.
4. Hidrocefalia de pressão normal
Um dos tópicos controversos foi: Hidrocefalia de Pressão Normal é Superdiagnosticada?. O Dr. Clifford Saper questionou a existência desse diagnóstico, destacando a falta de estudos controlados por placebo para a colocação de shunt e a necessidade de mais dados antes de realizar o tratamento.
Já o Dr. David Jones defendeu a realidade da HPN, ressaltando a importância de um diagnóstico padronizado e o uso de exames de imagem, como a ressonância magnética e o PET-FDG, para distinguir a NPH de outras condições. Embora ainda haja controvérsias, é necessário avançar em pesquisas para melhorar o diagnóstico e tratamento da NPH, a fim de fornecer melhores resultados para os pacientes.
5. Distúrbios Neurológicos Funcionais (DNF)
A Dra. Selma Aybek apresentou informações valiosas sobre os distúrbios neurológicos funcionais. Seu estudo abordou os marcadores biopsicológicos que apoiam o modelo de estresse-diátese nesses distúrbios. A pesquisa revelou que pacientes com DNF apresentam pontuações mais altas de negligência emocional, resposta de cortisol achatada e volumes reduzidos do hipocampo e da amígdala, que podem ser fatores predisponentes para o desenvolvimento da condição. Essas descobertas fornecem uma base sólida para um diagnóstico mais preciso e um tratamento mais direcionado para os DNF, oferecendo aos pacientes melhores perspectivas de qualidade de vida.
A conclusão de sua pesquisa foi que ela sentiu que o volume reduzido do hipocampo e da amígdala era na verdade um fator predisponente, e não um efeito secundário relacionado ao estresse, e poderia colocar certos pacientes em maior risco de desenvolver DNF.
Na Clínica DM Plus, estamos comprometidos em oferecer o melhor diagnóstico e tratamento para distúrbios neurológicos funcionais e outras condições. Agende uma consulta com um de nossos especialistas!
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