Como a toxina botulínica pode ajudar no tratamento da distonia?
Distonia é um distúrbio neurológico do movimento caracterizado por contrações involuntárias dos músculos. Estas contrações estimulam certas partes do corpo a executar movimentos repetitivos de torção ou a permanecerem em posições dolorosas.
Indivíduos com distonia sofrem frequentemente de contrações musculares involuntárias anormais que podem, muitas vezes, influenciar funções como caminhar, comer, escrever e falar, atrapalhando assim sua vida diária.
Pode ser prematura, começando na infância ou antes dos 20-30 anos, ou tardia, com início após os 30 anos, possuindo diferentes origens. Quanto mais jovem o paciente, maior a probabilidade de que a doença se espalhe para outras partes do corpo.
O que causa distonia?
A distonia primária geralmente é hereditária, desenvolvida por uma mutação do gene DYT1, e o paciente não exibe nenhum outro distúrbio neurológico ou anormalidade cerebral.
Já a secundária está associada à lesão do sistema nervoso central, normalmente causada por fatores externos como trauma, paralisia cerebral, AVC, sintoma da doença de Parkinson ou exposição a determinados medicamentos. A razão mais aceita atualmente é a de que o gânglio basal, parte do cérebro que controla os movimentos, não funciona corretamente ou foi danificado.
Tipos de distonias
Existem diferentes tipos de distonias, mas os movimentos distônicos, conhecidos também como torções, se iniciam em uma das regiões do corpo, como pescoço, rosto, cordas vocais, braços, pernas ou até podem se dispersar de forma generalizada.
Os sintomas tendem a melhorar quando o paciente está em repouso e costumam piorar em situações de estresse.
Diagnóstico da distonia
O diagnóstico da distonia é clínico e geralmente é feito após o paciente procurar um médico neurologista. O profissional investiga o histórico detalhado do paciente e da família, exames físicos e neurológicos anteriores e solicita testes laboratoriais, de imagem ou genéticos, para chegar a um diagnóstico mais preciso e identificar possíveis causas secundárias da doença.
Toxina botulínica no tratamento da distonia
A toxina botulínica é uma substância produzida por uma bactéria chamada Clostridium botulinum que paralisa o movimento dos músculos no local onde é aplicada. A toxina age através do bloqueio de uma substância chamada acetilcolina pela terminação do nervo. Se o músculo não recebe a acetilcolina, ele não contrai. Assim, a toxina botulínica paralisa a musculatura, bloqueando a informação do estimulo elétrico de chegar até o músculo.
A aplicação da substância é um procedimento que visa combater a distonia, bloqueando o neurotransmissor responsável pelas contrações musculares involuntárias. Para a distonia focal, a toxina botulínica é a principal opção terapêutica, trazendo eficiência e melhorias significativas para o paciente.
Nos casos de distonia generalizada, a toxina também pode ser uma alternativa para amenizar os sintomas, mas altas doses não são recomendadas. Nesses cenários, outras medicações ou a cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) podem ser consideradas.
Além disso, o tratamento com toxina botulínica pode ser complementado com acompanhamento fisioterapêutico ou RPG, que auxiliam na recuperação da mobilidade e no desempenho das atividades diárias dos pacientes. Essa abordagem integrada promove resultados mais abrangentes e eficazes no tratamento da distonia.
Como a toxina botulínica é aplicada?
A administração da toxina botulínica é feita por meio de injeção intramuscular na musculatura afetada pela distonia. A quantidade de aplicações é determinada pelo neurologista, considerando a região afetada, o tipo e a gravidade do transtorno.
A toxina botulínica atua corrigindo posturas inadequadas, reduzindo contrações musculares e aliviando a dor. Para garantir o resultado, é essencial que o procedimento seja realizado por um especialista experiente.
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