Atividade física vigorosa diariamente pode reduzir o risco de câncer
Corra para pegar o ônibus e você poderá ajudar a reduzir o risco de desenvolver pelo menos 13 tipos de câncer, de acordo com o estudo Atividade física vigorosa intermitente no estilo de vida e incidência de câncer entre adultos sedentários, publicado em julho deste ano na JAMA Oncology.
O estudo utilizou dados de atividades de mais de 22 mil homens e mulheres para mostrar que as pessoas que realizavam atividades vigorosas por 3 a 5 minutos por dia, como subir escadas ou correr para o metrô, tinham cerca de 30% menos probabilidade de falecer de vários tipos de câncer em comparação com indivíduos que realizavam atividades leves de deslocamento, mesmo que nenhum deles fizesse exercícios.
O estudo se baseia em dados anteriores que indicam que o exercício vigoroso, aquele que nos faz respirar profundamente e ficar sem fôlego, pode contribuir para a prevenção do câncer. No entanto, a pesquisa sugere também que não é necessário se engajar em exercícios formais para obter esses benefícios.
Exercício e risco de câncer
Mesmo antes deste estudo, a ciência já mostrava fortes ligações entre a atividade física e a redução do risco de câncer. Em uma revisão científica em grande escala publicada em 2016 na JAMA Internal Medicine, pesquisadores identificaram que a probabilidade de desenvolver 13 tipos de tumor, como câncer de mama, estômago, bexiga, cólon e sangue, era menor em indivíduos que praticavam exercícios físicos regularmente.
Uma análise de 2021 concluiu que 46.356 casos anuais de câncer nos Estados Unidos, ou cerca de 3% de todos os casos, poderiam ser prevenidos se todos aqueles sedentários iniciassem alguma atividade física.
Entretanto, a maior parte dessa pesquisa envolveu pessoas que se exercitavam por pelo menos 30 minutos ou mais quase todos os dias da semana, seguindo as diretrizes mínimas recomendadas pelas autoridades de saúde.
Assim, alguns cientistas começaram a investigar se menos esforço ainda poderia reduzir o risco de câncer e, em caso afirmativo, que tipo de esforço seria necessário.
Essas questões levaram Emmanuel Stamatakis, professor de atividade física, estilo de vida e saúde populacional da Universidade de Sydney, na Austrália, e seus colegas a considerar a Atividade Física Vigorosa Intermitente no Estilo de Vida, da sigla em inglês Vigorous Intermittent Lifestyle Physical Activity (VILPA).
Reduzindo o risco de câncer correndo
O estudo extraiu dados do UK Biobank, um repositório de informações de saúde para centenas de milhares de adultos britânicos, incluindo alguns que usavam acelerômetros para monitorar os seus movimentos diários.
Os pesquisadores obtiveram registros de pessoas de meia-idade e mais velhas que usaram rastreadores de atividade e afirmaram nunca terem se exercitado. Eles utilizaram inteligência artificial para analisar esses dados, examinando os padrões de movimento das pessoas segundo a segundo para descobrir quando elas corriam ou aceleravam.
Em seguida, verificaram os registos médicos em busca de diagnósticos de câncer nos sete anos subsequentes, com foco especial nos diagnósticos dos 13 tipos de câncer identificados como menos comuns entre pessoas ativas. Finalmente, calcularam o risco de câncer para essas pessoas.
Os resultados revelaram que qualquer quantidade de VILPA reduz o risco de câncer. “O mínimo necessário para observar alguma redução de risco foi de menos de um minuto por dia”, afirmou Stamatakis.
O ponto ideal de 3 minutos
Mas o ponto ideal parecia oscilar em torno de três a quatro minutos diários de atividades apressadas – sem fazer exercícios, apenas correr. Essa pequena quantidade de movimentos vigorosos foi associada a um risco cerca de 18% menor de desenvolver câncer de qualquer tipo, enquanto a probabilidade de desenvolver um dos 13 cânceres de interesse especial foi quase 30% menor.
A mensagem do estudo é que movimentar-se mais e com maior intensidade durante a vida quotidiana pode ser uma boa alternativa ao exercício estruturado e reduzir o risco de câncer a longo prazo.
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